sábado, 8 de marzo de 2014

Desabafo no dia da mulher

Hoje abro o face e veio que esta cheio de mensagens de minhas amigas feministas faceboqueiras com um monte de fotos para para não festejar, não comemorar, não felicitar, para lutar por nossso direitos, para nao contribuir com o patriarcado e um monte de queixas contra este dia que por algum motivo temos. 

Isto gera muita contradição em mim porque sempre apoio as causas que defendem os direitos da mulher.

Agora porque eu não posso festejar? porque tenho que sentir culpa? Porque não posso felicitar a minhas irmãs, as deusas que me acompanham?

Eu concordo que não devemos deixar que este dia vire frivolidade, claro que não.

Concordo também que esta virando dia comercial para vender sapatos, maquiagens, chocolates, flores e um monte de tranqueira, em lugar de lembrar as trabalhadoras queimadas naquele 8 de marzo de 1857 
Acho uma merda que hoje alguns homens presenteiam com flores e no dia seguinte dão pancada na mulher

Mas eu acho importante este dia mais do que lutar (e seguir assim agindo com as mesma violência de alguns homens), que seja hoje um dia para refletir, para nos conscientizar do sagrado que é ser mulher, para celebrar o fato de ter a deusa dentro de nós.

Até que nós não despertemos e tomemos consciencia do quanto sagradas somos ninguem vai respeitar nenhum de nossos direitos, porque hojem nem nós nos reispeitamos nem respeitamos eles. (se nem podemos faltar no trabalho ou parar de trabalhar em casa quando estamos menstruadas)

Acho hoje um dia especial para celebrar o feminino , coisa que os homens também têm.
Então porque em lugar de brigar, sendo  bravaaas, gritonas, por nosso direitos não apelamos a nossa sutileza? Porque não felicitamos também as mulheres que vivem dentro de nossos homens?

Hoje eu me felicito e quero felicitar a cada mulher e cada homem que aceita seu feminino. Hoje me sinto feliz por ter encarnado na mulher que sou, por ter um companheiro maravilhoso com uma sensibilidade muito feminina, que mesmo assim me cuida, me ama e me respeita. 
Cada um tem o que atrai, o que reflete então porque não tentar nos conhecer, nos melhorar e ter autoresponsabilidade em lugar de continuar lutando?

Para as que se sintam aludidas com estas palavras eu te desejo um feliz dia

Namastê

Juliaro Arte

E compartilho este texto de minha amiga Carol Marques SoMar que me inspirou a dizer SIM a nosso festejo do DIA DA MULHER. PORQUE NOS SOMOS DEUSAS E MERECEMOS CELEBRAR.

Texto que fala um pouco sobre a origem mítica da dança do ventre e sua relação com o Sagrado Feminino.
Autoria: Carol Marques SoMar.

O TEMPO EM QUE AS MULHERES ERAM (?) DEUSAS.

Entre as histórias que contam sobre o surgimento da dança do ventre, existe uma que me toca de uma forma bem especial, por falar de um tempo que hoje parece ser ignorado pela maioria das pessoas: O TEMPO EM QUE AS MULHERES ERAM DEUSAS.

Esta história conta que há muito, muitíssimo tempo atrás, um tempo em que os seres humanos viviam mais integrados à natureza, as sociedades tribais tinham uma organização matriarcal, ou seja, os arquétipos femininos e seus atributos regiam a maneira como as pessoas se agrupavam, relacionavam-se e lidavam com a terra e com o sagrado.

Conta-se que, nesse tempo, por não terem a consciência de que eram co-participantes no processo de fecundação e geração da vida humana, os homens viam as mulheres como seres misteriosamente sagrados, que detinham em seus corpos a ciência divina do gerar e ainda, exerciam influência sobre a terra e sua fertilidade. Dessa forma, as mulheres-Deusas, tornavam-se responsáveis por “lembrar” à Terra que era chegada a hora de gerar frutos para nutrir as comunidades que nela habitavam. E elas faziam isso dançando!

No momento propício reuniam-se em grandes círculos, entoavam cânticos que imitavam os sons que as mulheres emitem ao dar à luz, ondulando seus ventres e seus corpos em movimentos fortes e vibrantes, como se naquele momento fossem a própria Mãe-Terra que, cheia de vida em seu interior, geme para parir o alimento que será colhido tempos depois, servindo de sustento aos seus filhos.

Um tempo em que as fases da lua, a mudança das estações, a mudança das marés, a posição das estrelas no céu, enfim, a natureza e seus ciclos eram observados atentamente e estavam intimamente ligados ao ser do feminino. O feminino que pela própria configuração anatômica de seu sexo, já se mostra velado, (opondo-se à exposição e obviedade do masculino), relacionando-se com tudo aquilo que é oculto e misterioso. O feminino e seu ciclo de fertilidade, onde o útero se prepara para a vida enchendo-se de sangue e tecidos para receber um novo ser e ao dar-se conta que o processo de gerar não será completado, desfaz todo seu trabalho, desmancha-se, sangra, morre para dar início a novo ciclo, como se renascesse, renovasse a cada mês.

Mas a mulher, ao longo do tempo veio perdendo a intimidade com o seu ser sagrado, bem como os homens. Com todos os “avanços” na tecnologia, na forma de pensar e de organizar o mundo, o ser humano estabelece uma nova ordem que é a patriarcal, onde a objetividade do masculino rege a maneira como as sociedades se organizam. O sol, símbolo do masculino, passa a ser referência para o calendário e não mais a lua. Tudo o que é feminino passa a ser visto como fraqueza ou crendice sem fundamento. A beleza, a suavidade e o saber da mulher: uma sedução perigosa, magia negra, coisa de bruxa, do demônio... e queimem-nas na fogueira!

Hoje vivemos em um mundo em que muitas mulheres preocupam-se em assumir atributos masculinos para serem mais respeitadas e aceitas, principalmente no que diz respeito ao campo das profissões. O que todos nós, homens e mulheres esquecemos, é que cada ser humano, seja ele anatomicamente, homem ou mulher, traz em si, as duas energias, tanto a masculina quanto a feminina e investir e trabalhar apenas uma delas causa desequilíbrio na nossa estrutura. Porém, para que haja um retorno ao feminino sagrado, onde os atributos da mulher estejam em um patamar de importância tal que devem ser zelados e cultivados em nossa cultura, assim como os atributos masculinos, é preciso que a mulher dê início ao resgate de sua essência e retome para si o direito e o prazer de conhecer e exercer sua feminilidade, que, apesar de uma aparente fragilidade, está repleta de força e sabedoria, e que, ao lado do masculino pode usufruir de todo o potencial gerador de seu ventre, dádiva do princípio de criação que a ela foi dada: um momento de plenitude em que a mulher encontra-se cheia, pois tal como fez a grande divindade surgir do nada tudo aquilo que existe, a mulher é capaz de gerar vida a partir de seu buraco, de seu aparente vazio, reconectando-se novamente com a sacralidade da Grande Deusa-Mãe.

É sobre isso que a dança do ventre e seus movimentos sinuosos que valorizam e acentuam os atributos do corpo, da energia, e da psique feminina, vem nos falar.

É preciso que hoje ainda haja tempo, mulheres e homens, para O TEMPO EM QUE AS MULHERES ERAM DEUSAS!

Texto: Carol Marques SoMar


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